- Nelson Rodrigues em O Óbvio Ululante - Primeiras Confissões:
E conversamos de tudo. Houve um momento em que o Celso abriu o coração. Fala: - "A morte do meu pai". E acrescenta, como quem pede desculpas: - "Ainda não me recuperei". Por um momento, tive vontade de pedir-lhe: - "Nem se recupere, nunca, nunca". Eis a nossa degradação: - sofrer menos, cada vez menos, até esquecer. Desde menino sou um fascinado pela grande dor (acho que a grande dor não passa jamais). E não disse nada ao Celso, não lhe fiz o apelo: - "Sofra, sofra".
E conversamos de tudo. Houve um momento em que o Celso abriu o coração. Fala: - "A morte do meu pai". E acrescenta, como quem pede desculpas: - "Ainda não me recuperei". Por um momento, tive vontade de pedir-lhe: - "Nem se recupere, nunca, nunca". Eis a nossa degradação: - sofrer menos, cada vez menos, até esquecer. Desde menino sou um fascinado pela grande dor (acho que a grande dor não passa jamais). E não disse nada ao Celso, não lhe fiz o apelo: - "Sofra, sofra".
3 comentários:
Te quero aqui comigo
Agora
Sem medo de mim
Ou da hora
Quero teu corpo
No meu corpo
Meus cabelos
No teu rosto
E no abraço
O compasso
Curto
Urgente
Pra gente ser verso
Até amanhã
Até de manhã
(Maria Rachel Lopes)
Ah muito bom.
As pessoas não sabem que a dor logo se transforma num jeito bem mais puro de vida.
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