domingo, 25 de outubro de 2009

- Mario Vargas Llosa em Travessuras da Menina Má:

Apertei sua cintura, atraindo-a para mim, e disse que se ela resolvesse esquecer monsieur Arnoux e se casar comigo eu prometia deixá-la ter uma vida normal, criando todos os cães que quisesse. Em vez de responder, perguntou, zombeteira:

- A idéia de passar a noite comigo faz você se sentir o homem mais feliz do mundo, miraflorense? Pergunto só para ouvir uma dessas breguices que você tanto gosta de falar.
- Nada poderia me deixar mais feliz - disse eu, apertando meus lábios contra os dela. - Há anos que sonho com isso, guerrilheira.
- Quantas vezes vai fazer amor comigo? - continuou, com o mesmo jeitinho debochado.
- Todas que puder, menina má. Dez, se o corpo agüentar.
- Só deixo duas - avisou, mordendo a minha orelha. Uma na hora de deitar e outra de manhã. Mas nada de levantar cedinho. Para não ter rugas, nunca, preciso no mínimo de oito horas de sono.

2 comentários:

Someone disse...

Deixa a mão
caminhar
perder o alento
até onde se não respira.

Deixa a mão
errar
sobre a cintura
apenas conivente
com nácar da língua.

(Eugênio Andrade)

PS: Me deixa apertar tua cintura?

Anônimo disse...

rá!