segunda-feira, 18 de abril de 2011

- John Steinbeck em As Vinhas da Ira:
(Post II)


Nos mundos, a conduta social tornou-se rígida e fixa, de maneira que um homem tinha de dizer "bom dia" quando o cumprimento lhe era exigido; um homem podia viver com uma pequena e, se quisesse ficar com ela, teria de protegê-la e proteger-lhe os filhos. Mas um homem não podia ter uma mulher numa noite e outra na noite seguinte, pois que tal coisa viria pôr em risco os mundos.

(...)

Governos eram formados, governos com líderes e anciãos. Um homem inteligente descobria logo que sua inteligência era de utilidade nos acampamentos; um homem ignorante não conseguia impor sua ignorância ao mundo. E uma espécie de seguro desenvolvia-se nessas noites. Um homem que tinha o que comer alimentava outro que nada tinha, e dessa maneira assegurava comida para si próprio para quando suas reservas se esgotassem. E quando uma criança morria, uma pequena pilha de moedas juntava-se à porta da tenda dos pais, pois que uma criança tem que ter um enterro condigno, já que nada obteve na vida. Um adulto podia ser sepultado em vala comum; uma criança, nunca.

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